Tuesday, February 20, 2007

Pra paixões antigas, agora:

Soneto da separação

(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
(...)

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


Engraçado que eu nunca achei que resumir alguém em um texto de autoria alheia significasse que essa pessoa não tem valor. Pra mim, era exatamente o contrário.





E chega de sentimentalismo.

Monday, February 19, 2007

Amores vêm e vão. São aves de verão.

Eu nunca te amei,

Mas amei seu jeito;
Amei seu sorriso certo e natural;
Amei o jeito como você me olhava, como me elogiava;
Amei ter o melhor ouvinte ao meu lado, ter o cara mais atencioso com minhas besteiras mais insignificantes;
Amei o fato de você ter dado atenção às minhas histerias, às minhas preocupações, às minhas alegrias;
Amei o fato de você ter estado lá sempre que precisei;
Amei seu jeito de dirigir e até seu estresse no trânsito, pedindo perdão sempre que deixava soltar um palavrão pesado;
Amei o jeito que você me beijava gostoso;
Amei o jeito que me abraçava e as inúmeras formas de carinho que me dava;
Amei a sua fé em mim e em nós;
Amei a sua insistência, a sua teimosia, o seu otimismo no namoro;
Amei seu jeito meigo, seus discursos sobre Direito que eu ouvia admirada como que ouve apaixonada um professor;
Amei seu peitoral forte, o seu colo, onde me cabia tão certinho;
Amei seu perfume, seu cheiro de você, suas mãos, seu cabelo rebelde;
Amei seu CARÁTER, que nunca deixou seu orgulho falar mais alto e que te fazia uma pessoa linda e perfeita;
Amei seu respeito incomensuravelmente grande por mim;
Amei o brilho que seus olhos ganhavam ao me ouvir falar ou falar de mim;
Amei o jeito engraçadinho que você come;
Amei todas as vezes que me contou algo que achou engraçado ou que fez outra voz divertida pra imitar outra pessoa;
Amei as inúmeras vezes que repetiu a frase "Ahhhh...Não sejamos Fariseus!", tirando, é claro, quando a usou em nossas brigas;
Amei todas as sua declarações, as mais espontâneas possíveis;
Amei a intenção dos seus presentes, muito, mas muito mais do que gostei deles mesmo;
Amei quando ficou empolgado em estudarmos e passarmos juntos na câmara, e o fato de ter ficado tristinho quando não pude ir com você pro cursinho;
Amei o jeito que ficava feliz após comer um peixe ou um Mc Tasty;
Amei todas as vezes que me corrigiu que "não é Mc Tasty, é Big Tasty.Nem Bic Tasty, nem Mag Tasty.Big Tasty, lembra de mim: grande e gostoso";
Amei quando você disse que salada fazia mal e engordava;
Amei uma parte do seu ciúme (a que não gerava briga), a que não me deixava usar certas roupas e que achava que um cara que me chamou de "querida" deu em cima de mim;
Amei o jeito que ficávamos juntos com outros casais e eu me sentia invejada por nos achar bem melhores que eles;
Amei quando você completava minha piada, quando caçoava de mim, me achando bonitinha;
Amei as horas que passei com você e amei esses poucos meses que vão ficar pra vida inteira...

Eu posso nunca ter te amado, mas você me faz falta.
Se foi o medo de tentar, se foi a fuga que me fez cometer esse erro de novo, quem tem de sofrer sou eu. Porque, no final das contas, fui eu quem perdi uma pessoa especial.

Cometer um erro é humano. Cometê-lo duas vezes...essa sou eu.

Até a vista, melhor namorado do mundo.

"Você errou, quem mandou você errar? Quem mandou?"- Vinícius de Moraes.