Wednesday, April 16, 2008


Na simpatectomia...
-Você é o anestesista?
-Sim, e você é a recomendadíssima Manuela! O amigo Marcelo (anestesista também) do seu pai disse pra eu ter total cuidado sobre você - e foi me furando pra colocar o soro.
-ESPERA! Vamos conversar!!!Não estou preparada ainda.
-Relaxa, moça, isso é só o soro. Gente! Suas mãos estão pingando de suor!
-Claro, né? -na minha cabeça passou um "o que acha que estou fazendo aqui? Esperando pra ter um filho?".
-Agora vamos pôr isso daqui e...
-Nãoooo! Espera, a gente nem se conhece! Você sabe meu nome, mas eu já esqueci o seu e não sabemos mais nada um sobre o outro! Como já quer que eu durma assim? Além do mais, pensei que a anestesia fosse inalada e....
...POFT. Dormi.
Em dois segundos (na minha cabeça, claro, pois se passaram algumas horas), acordei. Pra mim, tinha acordado no meio da operação. Completamente grog, vi um rapaz chegando e sendo colocado na maca ao meu lado. Falava sem parar.
-Oi, menina! Qual seu nome?
-Manuela. E o seu?
-Daniel.
-Você também tinha hiperidrose?
-Tinha. Fiz a simpatectomia agora.
-Você também está morrendo de fome, ô...como é seu nome mesmo?
-Daniel. Tô sim. Você quer jantar China in Box no meu apartamento?
-Quero! Tô com muita fome. Não servem isso no meu - na minha cabeça drogada, ele tava numa suíte presidencial e eu, pobre, devia ter ficado numa mais econômica.
-Então, tá..Como é seu nome mesmo?
-Manuela. Você tem quantos anos?
-25, e você?
-Não posso dizer- (?)
-Uns 30?
-Acho que sim - (??).

A mãe dele chega. As enfermeiras não paravam de rir da nossa conversa doida.
-Quem é sua amiga, filho?
-É sua nora, mãe. Ela vai ser minha esposa.
-É, sogrona. hehehe.
-Então vou pegar o telefone dela pra você, filho. Se ela estiver solteira, claro.
-Eu tô sempre solteira.- (???)

Dei o telefone. Não sei se acertei os múmeros, mas foi assim.
Quando eu saía da sala, ele me deu um "Não se vá! Tchau, meu amor. Ei, qual é mesmo seu noooome?". As enfermeiras acharam lindo! Diziam que ele era gatíssimo e que eu também era bonita. Insistiam que daríamos muito certo.
Infelizmente, no outro dia, ele foi embora antes de mim. Não o vi mais, mas fico segura de que ele tenha meu telefone.
Se sentir saudade da esposa ou sair pra um restaurante chinês ele vai me ligar...Tenho Certeza...

Friday, April 04, 2008

Names, Names, Names


Toda mulher, desde o dia de seu nascimento, aprende que é preciso decorar nomes. Primeiro, o próprio, claro. Claro que a dificuldade varia entre um Maria e um Cleidisleine, mas é assim que começa. Depois vem os apelidos das bonecas, as mil coisas que se aprende na escola e a rua onde mora. Mas é quando a juventude chega que a coisa complica de verdade. A mulher adquire uma necessidade cada vez maior de decorar nomes. Caso contrário, uma fofoca pode ser comprometida. O pior de tudo é que ainda temos de decorar por nós e pelos homens. Decoramos as nossas datas importantes e, muitas vezes, também as deles, somente para lembrá-los.
Eu nunca fui boa nessa tarefa. Mesmo quando era criança, uma mesma boneca minha poderia mudar de nome por mais de 10 vezes. Nunca gravei o nome de todos os Backstreet Boys e de todas as Chiquititas.
Da minha infância pra cá, apesar de diferentes, as tarefas não se descomplicaram. Não decoro nunca a data do aniversário dos meus namoros. Às vezes, até o mesmo da minha irmã gêmea me foge da memória. Tá, tem um pingo de exagero nisso, mas é por aí o raciocínio. E as cores, então? Pra mim, existem só aquelas que aprendi aos 3 de idade. Vermelho, azul, amarelo, roxo, verde, marrom e assim vai...A diferença se dá somente em serem claros ou escuros. Mas as pessoas tem de complicar até isso com nomes como verde abacate, verde abacate maduro, verde acabate podre, podrinho, podrão...
Esses dias, resolvi decorar os nomes dos esmaltes de unha. Cheguei toda orgulhosa pra manicure dizendo:
- Vou querer passar um "renna".
-Um 'renda' que você quis dizer?
-É...Passa qualquer um.
Que frustração. Vou tentar decorar os nomes dos tecidos agora. Já decorei alguns: seda, linho, lycra. Já tô me vendo na loja de panos.
-Moça, me vê dois metros de "renna"?
-Uma 'renda' você quis dizer?
-É!!! Me dá qualquer coisa aí...