Thursday, January 10, 2008

Tempo di sognare un po'...

A minha paixão pela Itália era algo tênue, novo, incipiente, até o dia em que descobri que há uma possibilidade enorme que eu vá, ao menos uma vez na vida, matar a minha vontade de conhecer um outro país. Depois de tentativas frustradas de ir pra Disney, Bariloche e Inglaterra, agora, tenho um certo poder maior de decidir e de me tornar acessível esse tipo de viagem. Isso porque, antes, era o dinheiro dos meus pais que falava mais alto, ou melhor, mais baixo, e me escapava das mãos todos os sonhos com o esqui, o Big-Ben e o Mickey. Agora, descobri que posso fazer um intercâmbio pela Universidade, sendo necessário quase somente o meu esforço e um grande IRA (índice de rendimento acadêmico).
Eu, portanto, sabendo mais ou menos disso, passei o semestre inteiro preocupada com minhas menções, visando sempre ao sonho de mangiare una pizza in Italia!
Mas, esses dias, toda a minha ânsia de ir à Itália tem se tornado uma obsessão! Eu durmo pensando nisso e acordo assustada, pois meu vizinho na Itália tentou me matar em meus sonhos. Eu almoço imaginando que, em breve, estarei me enchendo de massas neste mesmo horário, na península tão distante. Escovo os dentes e imagino como serão as pastas de dente por lá. "E como se chama 'pasta de dente'? 'Pasta' é 'massa' por ali, preciso urgentemente saber disso. Falando nisso, preciso perguntar, o mais rápido possível, à minha professora como se diz 'absorvente' em italiano. Meu Deus, é impossível que eu fique seis meses por lá e não precise de um desses. Tá, é biologicamente possível, mas pra mim, é impensável. Devo, ainda, saber como se diz 'quanto é a escovinha? E quanto é o pé e a mão? Dá pra fazer uma francesinha?'. Amanhã vou atrás de saber isso".
E assim, nem mesmo o fim da pasta e o desgaste dos meus dentes são suficientes pra me fazerem parar com esses pensamentos.
Durante o dia, vou listando o que eu tenho de fazer para realizar meu sonho: manter o IRA alto; ter atividades extra-curriculares, pois elas vão contar muito na seleção dos alunos pro intercâmbio; estudar, pelo menos, 20 palavras novas por semana; aprender a comer de boca fechada.
E junto de tudo isso, começo a pensar em como tudo vai acontecer, desde o dia em que eu puser os meus pés no aeroporto italiano. Penso nos meus vizinhos, na melhor amiga que eu vou fazer por lá, nas festas, nas danças. Me vejo ensinando o samba (mesmo sem saber de modo algum sambar) aos meus novos amigos e me vejo discutindo futebol com os tetra-campeões, só porque, quando no exterior, o Brasil é o melhor país do mundo e só dá motivo pra orgulho.
E, quando penso no namorado que não tenho aqui, lembro (olhe bem, LEMBRO) do meu gato, o homem da minha vida que me beija loucamente e sussurra no meu ouvido um "sei bellissima, amore mio. Sei soltanto mia. Non posso pensare di non averti accanto". E daí, penso na despedida, na minha volta ao Brasil, nos olhos do meu amor marejados de lágrimas, a minha melhor amiga pedindo pra que eu a telefone todos os dias, meu vizinho, que depois de um tempo resolveu virar meu amigo deixando seu preconceito por latino-americanos de lado, e todas aquelas pessoas especiais que conheci nesses 6 meses maravilhosos. E, dias depois (na minha imaginação, claro), me vejo no Brasil de novo, na hora do almoço, comendo meu bom e tradicional prato feito de arroz, feijão e bife. Me vejo escovando os dentes, como o faço agora e descrevi anteriormente. Mas, mais do que isso, já me vejo sonhando em quando, como e o que farei para poder rever mais uma vez la mia meravigliosa Italia que tão boas lembranças me deixou...

4 comments:

Taís Matos said...

Hahaha!Flor, você é maluca! Mas eu digo isso como um elogio!Eu sei como você se sente, eu tenho a mesma vontade de ir para o exterior, só que para a França, e já imaginei umas coisas, como dividir um croissant de maçã com o namorido, sentados em um banquinho próximo à Torre Eiffel...Isso porque a gente não teria muito dinheiro...E teríamos perdido a bagagem etc...Uma aventura só.=D
Esse é um sonho que eu alimento, mesmo as pessoas tentando me desanimar dizendo que os franceses são fedidos e mal-educados. Ou que esse é um sonho talvez muito difícil de ser realizado. Ou que talvez o melhor a fazer é juntar muito dinheiro para gastar lá...Mas eu quero e pronto. Conversava muito com o Prof. Gustavo sobre isso. E ele me animou, disse das bolsas de estudo e das possibilidades de intercâmbio também. Ele disse que era só querer e ir atrás. E por que não, não é?

Espero que em breve você possa ir à Itália, comer pasta, aprender a falar pasta de dente e escova...E encontrar um amore pra chamar de mio. Hahaha. Essa ficou muito piegas, né?

P.s: O texto estava uma coisa muita gostosa de ler. De uma leveza, uma certa maluquice, pureza... ^^

Beijocas

Pat Vieira said...

Lindo texto!
Vou copiar, te citando, obviamente!
Depois explico quem sou!
Pat

Unknown said...

AHAHAHAHHA MARLA
QUE SONHO DOIDO
DOIDO, MAS POSSIVEL. BOM, EU VIM PARAR AQUI NA TERRA DA BOTA MEIO DE UM A HORA PRA OUTRA. UM BELO DIA MEU MARIDO CHEGA EM CASA E DIZ: OLHA, ARRUMA AS MALAS AMOR. VAMOS MORAR NA ITALIA. AH QUE OTIMOOOOOOO.....REVIRAVOLTA OUTRA VEZ. E AKI ESTAMOS. SOU SUSPEITA PORQUE ADORO TUDO ISSO HUAHUAHUAHUA. QUANTO AS BOLSAS DE ESTUDO....EU TBEM TENTEI. EM VAO. ESPERO QUE VC TENHA MAIS SORTE. E QUANTO OS ARTIGOS, NOTA 10
UM ABRAçO
ALE

melzinha said...

muito gracinha, Manu!!! =D