Wednesday, January 02, 2008



Reflexões de ano novo


Faltavam alguns minutos para a meia-noite e, como de costume, fazíamos a nossa oração em família. Foi quando minha mãe resolveu inovar; pegou uma almofada no sofá e iniciou a explicação do que seria feito com aquilo. Segundo ela, teríamos, cada um, de pegar o objeto e imaginá-lo como sendo o ano que se passou, e transferir a ele todo o nosso sentimento em relação aos fatos que deixávamos para trás. Valia de tudo: carinhos, porradas, cuspe, beijinhos, qualquer coisa! Começamos então a tal dinâmica. Não demorou para chegar a minha vez; logo que segurei a almofada, pensei em tudo que havia me acontecido no ano de 2007. Reprovações no vestibular, uma decepção cá, outra decepção acolá, não hesitei e tratei-a com a maior indiferença possível, tornando evidente o desgosto que senti pelo ano do qual me despedia com um aparente alívio. Terminada a brincadeira, começamos a rezar, fosse em voz alta, fosse cada um fazendo para si sua própria retrospectiva. Voltei a pensar no ano passado. Reprovações, eu as tive, mas com o grande mérito de ter passado extremamente perto da aprovação. Tive também decepções simples, nada muito grave que me trouxesse intensa infelicidade.E comecei a me lembrar de minha família, de como o ano foi lindo! As bodas de prata de meus pais, todos que eu amo com saúde, o carinho intenso e amor incomensurável que temos uns pelos outros, o apoio que todos me deram no que costumo chamar de "fracassos acadêmicos". E meus amigos, então! Velhas amizades se fortalecendo, novas amizades surgindo, amizades perdidas sendo RECUPERADAS! E fazer 18 anos, imagine, não tem preço! Foram tempos de muita dança, muita festa, muito estudo, muita felicidade! Não foi, definitivamente, um ano ruim, muito pelo contrário! Ganhei maturidade para persistir nos meus ideais, experiência em determinados assuntos pessoais e muitas pequenas alegrias!!!.. É, terminamos a oração, o jantar, brincamos bastante e todos foram dormir. Menos eu. Havia ainda algo que eu precisava muito fazer. E assim, quando todos já dormiam tranquilos, peguei a almofada que outrora desprezei e dei-lhe um grande beijo, mas um beijo com todo o sentimento de gratidão que existia no meu coração...

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