Thursday, December 27, 2007

Um post pra mim mesma.

Eu quase vi o filme Deja Vu agora. Quase vi porque dormi em muitas partes. Apesar de um exagero na ficção científica, que me deixou achando o filme até idiota em algumas partes, me fez pensar na vida. Tá, eu sei que penso muito na vida, mas eu viajei bastante com alguns aspectos daquela trama. A história é que um agente federal que investiga um acidente com um barcão (eu não sei o nome daquilo) na cidade de New Orleans acaba trabalhando num projeto secreto do governo americano que descobre como manipular o tempo e o espaço, permitindo que ele volte ao passado, consiga salvar uma mulher bonita, evite o desastre, morra heroicamente, deixe o público feminino puto achando que os dois não vão ficar juntos e acabe voltando vivinho, existindo no passado e no presente (morto em um e vivo no outro) e ficando com a mulher. É um pouco confuso, eu sei, por isso, não recomendo o filme. Mas pensando um pouco em sua idéia, há muita coisa parecida na nossa vida. Tudo tá ligado, é tudo como no filme e como em "O Efeito Borboleta". E a MINHA vida, em especial, parece ser extremamente bem arquitetada pelO Cara lá de cima. Por exemplo: eu larguei o vôlei há um tempão. Eu jogava semi-profissionalmente e amava aquilo. Mas larguei porque eu nunca passaria em medicina se não o fizesse. De fato, não passei, mas nem cheguei a tentar! E isso foi ótimo! Escolhi fazer comunicação social, porque pensar em me dedicar à medicina não me trazia nada além de um grande incômodo e o outro curso, me deixava ansiosa, com fome de estudar. Eu não teria descoberto nada disso se tivesse continuado no vôlei, porque foi durante as minhas tardes no ócio (talvez no msn) que confirmei meu gosto pelo jornalismo e pela publicidade, com as pessoas que conheci graças ao tempo livre que eu não possuía quando treinava. Depois disso, mudei de escola. Eu poderia ter ido pra qualquer uma. Eu realmente queria ir pro Leonardo da Vinci. Certo que eu podia ter virado uma patricinha ou uma perua ali, ou, pelo menos, ter amigas desse jeito. Ou, ainda pior, não ter nenhuma. Acabei indo pro Sigma. E lá, conheci pessoas incríveis, tive momentos incríveis. Estudei em uma sala de novatos, de gente humilde, ainda não contaminadas pelo vírus do " sou pop e foda " ou, por uma doença ainda pior, a do "sou pop, foda e rico, não tá vendo? Olha minhas roupas! Eu estudo no Sigma e sou filho de diplomata". Minha turma era dos agregados, dos marginalizados, dos caipiras (e não há nenhum tom pejorativo nisso, aliás, dá saudade e uma pontada de orgulho). Lá, eu fui feliz e estudei muito. Eis que eu passei na UnB. E havia tudo pra eu ter marcado outro curso nas minhas opções, porque eu tinha a ASBOLUTA CERTEZA (expressão comum vindo de mim, não?) de que não passaria. E escolhi o jornal. E passei. O destino queria que eu fosse feliz. Mais uma vez, estive com pessoas maravilhosas que me encaminharam, sem suas intenções, pra escolhas certas. Inclusive, quando a gente se dá mal, é o caminho certo do mesmo jeito. Uma paixão não correspondida, uma merda irreparável, tudo isso faz a gente aprender. O Mário, com toda a sinceridade e sutilidade do mundo, olhou pra mim há alguns dias, quando eu curtia AQUELA fossa e disse que todo mundo passa por isso, já tava na hora de você quebrar a cara mesmo, Nurês. Sim, sim! Se eu inventasse de me apaixonar pela primeira vez aos vinte e sete anos, por exemplo, o tombo seria dez vezes pior. Se eu não tivesse tomado pau no primeiro PAS, ia desleixar nos outros, nos mais importantes. Poderia vir a ser arrogante, a me sentir prepotente. E acabaria não passando lá na frente, e ficando péssima. Ou aquelas estrias, ou qualquer coisa que me deixasse envergonhada antigamente de colocar um short curto ou uma saia, serviram! Não fosse por isso, eu poderia ter me acostumado a vestir coisas minúsculas, e, sem perceber, ter feito disso um hábito( tá, isso foi exagero, existe algo na cabeça de algumas mulheres, chamado bom senso, mas a intenção é mostrar o raciocínio). Tudo na nossa vida acontece pra nos levar pra algum lugar melhor. Nós estamos no meio de uma jornada que nem um cálculo matemático, uma análise combinatória, um teorema de pitágoras (tá, eu sai do colégio, não sei o que tem a ver isso daí) chegaria num número preciso de possibilidades de decisões e de caminhos a serem tomados. Mas o que importa é que não existe aquilo do filme, a gente não volta pra mudar. Mas, o pior de tudo, é que não precisamos. É EXATAMENTE aquilo que tem de acontecer. Você precisa ser pobre pra ter todo esse caráter, ou precisa ser feio pra ser legal e não ter crescido arrogante. E todas as pessoas que passaram na sua vida, foram necessárias. TODAS. Tá, nem todas, algumas só não fazem diferença, mas também não mudam seu destino. Ele tá traçado. Ele é SUA VIDA. Mudar o que aconteceu é mudar sua vida, é mudar suas experiências, é mudar o que você é.Querer ter outra vida, ser outra pessoa não vale a pena. Se você realmente pensa assim, talvez, apenas não saiba aproveitar tudo o que passa do seu lado enquanto você está de olhos fechados. É assim que eu vou procurar viver: as merdas na vida serão nada além de parte do caminho. As coisas boas, também. E, no final, meu jardim com flores vai estar lá. Lindo, cheio de anjoas, com Deus. E eu vou olhar tudo o que passei e pensar: "eu não mudaria absolutamente nada".


Muito Obrigada, meu Deus.


"Se eu soubesse antes o que sei agora, erraria tudo exatamente igual".

Engenheiros do Hawaii

1 comment:

Unknown said...

Vamos lá.. passo a passo:

1 - Eu estava casado na época que esse filme (Deja Vu) saiu no cinema. Foi hilário sair do cinema e ver OS HOMENS explicando o fim do filme para suas respectivas patroas. Meu caso foi tão absurdo que eu tive que desenhar pra minha ex-esposa entender. rs...

2 - Eu joguei vôlei 7 anos pela Católica quando eu estava no colégio ainda. Viajei pra São Carlos, Goiânia e uma cidade do Tocatins que eu não lembro o nome agora.

3 - As coisas acontecem como tem que acontecer? Não, não me parece o caso de acreditar nisso. Seria um visão por demais conformista das coisas, é como se você sempre reprovasse no vestibular e pensasse "ah, foi porque Deus quis". Não, na verdade foi falta de empenho mesmo, reconheça isso. O lado bom de não ter esse pensamento conformista é olhar pra trás, ver onde errou e seguir adiante evitando cometer novamente os mesmos erros. É evolução, minha jovem. E isso depende só de você e da sua força de vontade. Parabéns por ter realizado e concretizado seus sonhos, mas o mérito é seu! Não existe nenhum grande plano traçado pra você, a não ser aquele que você mesma já arquitetou em prodigiosa mente.
;-)