
Situação 1:
Cara alto, gatíssimo, de 1m e 85cm aproximadamente:
-Vamos dançar?
Eu:
-Vamos sim! Mas tô de salto alto, esqueci de trazer rasteirinha aqui pro Rio de Janeiro. Vai ser complicado acompanhar direitinho com esse meu saltão.
-Ah...Você não é daqui, né? Ok, vamos ver como é o seu forró de turista.
(começamos a dançar)
-Olha...Não sei se é o salto, mas você está se conduzindo sozinha. Deixa eu te levar. Cola seu rostinho aqui. Sente meus movimentos e só acompanha.
-Ai, desculpa! O problema é o sapato mesmo, vou tentar me soltar mais.
(começa a espécie mais lenta, pacata e xoxa que rola no forró: o xote. Que pra mim tá mais pra "xato". Mas, naquela noite, com o peso do meu sapato salto 15 e o cansaço do dia pesado que tive, era o ritmo mais que adequado).
-Poxa, tô começando a me soltar - colamos o rosto. De alguma forma, eu também acabei ficando encostada no peito do cara -, tô me sentindo mais leve já.
-Isso, muito bom. Fecha os olhos, deixa a música te levar...
A partir daí, a música foi entrando nas minhas veias. O ritmo me contagiava. Meu corpo foi tomado por um relaxamento inexplicável. Tinha o perfume do cara, os músculos, um corpo robusto me levando como quem diz "deixa eu te conduzir, sai do controle da situação um pouquinho". E eu saí. Quando percebi, estávamos nos beijando. Eu juro que senti algo que nunca sentira antes. Era ele. Era O CARA. Algo me dizia que ele sentia a mesma coisa por mim. E em um momento de total envolvimento, ele disse: "você era tudo o que eu sempre procurei. Onde você esteve tanto tempo? Em Brasília, né? Estou vendo que vou precisar ir para o Distrito Federal o mais rápido possível".
Foi nesse momento que eu percebi! Eu não havia dito que morava em Brasília. Como ele poderia saber?
De repente, sinto alguém me dando cutucadas no ombro...
-Oi, gatinha...Desculpa te acordar, mas a música acabou. Você apagou quando começou o xote. Estamos parados há um tempinho, fiquei sem-graça de dizer alguma coisa...
-Ahn? Ai! Perdão! Meu vôo foi longo, sabe como é...Mas quando você vai pra Brasília mesmo?
-O que? Por que eu iria pra Brasília? Não entendi.
-Ah...Deixa pra lá. Com licença, vou ali tomar um energético...
E saí para o lugar mais próximo onde eu poderia amarrar uma corda no pescoço. Assim foi o fim da primeira linda história de amor dessa noite. Mas ainda havia mais por vir...
(Aguarde a publicação da Situação 2. To be continued)